Como posso escolher a administração para o meu condomínio?
Quer optes por uma empresa de gestão de condomínios, ou por um particular, o importante é confiar em quem desempenha estas funções. Há alguns passos que podes seguir para te sentires mais seguro na tomada de decisão.
Quando adquires uma fração num prédio, que é como quem diz, uma fração numa propriedade horizontal, adquires também direitos e deveres previstos no Código Civil. O Artigo 1435.º diz-nos, por exemplo, que é obrigatório que o administrador seja eleito pela assembleia de condóminos ou, caso isso não aconteça, deverá ser nomeado pela justiça, em tribunal.
Contudo, administrar e gerir um condomínio não é uma tarefa fácil. Exige muito tempo, disponibilidade e capacidade de mediação de conflitos. Por essa razão, cada vez mais os condóminos optam por empresas externas de gestão de condomínios. Se é o teu caso e se queres ser um condómino ativo nesta procura, este artigo é para ti.
Quais são os passos que deves seguir para garantir que estás a escolher a empresa certa?
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Pede mais do que um orçamento.
No mínimo três. Os condóminos devem reunir-se em assembleia e analisar os orçamentos em mãos. Poderá ter sido um condómino a recolher todos, ou cada condómino apresentou o seu, o importante é ter mais do que um, para poder comparar.
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Nem sempre a empresa mais barata é a certa para ti.
É importante dar atenção aos pormenores e perceber como é que a empresa escolheu apresentar o orçamento. Nem sempre o orçamento mais barato é o mais conveniente, já que um orçamento mais caro pode incluir mais serviços, que podem ser úteis, e que não terás de pagar à parte. Confirma bem quais os serviços incluídos em cada um dos orçamentos.
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Faz uma pesquisa rápida para perceber se a empresa é de confiança.
O Google pode ser o nosso melhor amigo. Percebe se há atividade online da empresa, se tem queixas no Portal da Queixa, ou críticas mais negativas nas plataformas de comentário da Google. Podes também consultar a eInforma ou o Racius, sites que recorrem a bases de dados públicas para te dar a conhecer o estado financeiro de uma empresa.
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Pergunta tudo aquilo que procuras saber.
Quantos prédios gere aquela empresa, como se organizam internamente, qual é o tempo médio de resposta caso existam problemas, se fazem visitas regulares ao prédio, com que frequência realizam obras de manutenção, que serviços disponibilizam, se disponibilizam uma plataforma de gestão a que os condóminos possam ter acesso e, até mesmo, como gerem conflitos, como por exemplo, o não pagamento de quotas por parte de um condómino.
Não só a resposta, como a forma como respondem, pode revelar muito sobre a empresa em causa.
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Percebe como vai funcionar a comunicação.
Como vais comunicar à empresa que a lâmpada da tua entrada está fundida? A empresa de gestão disponibiliza alguma plataforma digital de gestão de ocorrências? Ou o contacto preferencial é realizado por Whatsapp ou telefone? Percebe que opções existem e o que é mais conveniente para vocês.
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Antes de assinar um contrato, lê-o com atenção.
Pode parecer óbvio, mas é aqui que muitas vezes nascem os problemas. Confirma que os serviços que querem adquirir são os expostos no contrato, verifica o tempo de duração e de que forma, e com que antecedência, pode ser cancelado. A lei prevê que o período de funções é de um ano, ainda que com possibilidade de renovação. Evita assinar um contrato com um período mais longo.
Uma empresa de gestão de condomínios assume responsabilidades financeiras, administrativas e de gestão da propriedade do prédio, no fundo, da tua propriedade. Se a procura tiver de ser mais longa para que seja mais extensiva e detalhada, que assim seja. O importante é que tu e os teus vizinhos se sintam confiantes com a escolha que estão a fazer.